domingo, 28 de abril de 2013

VIOLA ODORATA(VIOLA ODORATA!) - nomenclatura binomial nomenclatura


Às  vezes quero voar
entremeado na solidão
que ocupa o vau das procelárias...
ir ao encontro do mar
- amar a mar
posto em odor no ar
que prenuncia a tormenta
a qual desenha o toque do som
em espaço auditivo e corporal
no vau
por onde voa a companhia
das procelárias
no vento que tosse
e torce a vela.
Fulmares nos ares.
Pardelas, pardelões,
albatroz-de-sobrancelha-negra 

"Thalassarche melanophris")...

( Voo pelo vau
- pelo vau vou ao voo
e a tormenta que e atormenta por dentro
molha a parte da minh'alma de petrel
baixo céu de fel ao leu
de déu-em-déu
no aranzel)

Quero solitário estar
deixar ficar
quedar-me
qual violino Stradivarius sem corda
no canto do encanto quebrado
partido o coração
por um não-canto
no canto do chão
e no cantochão...
ausente os dedos do virtuose
e as cordas do instrumento
que por um momento
grita e geme forte
depois queda
no silêncio do anjo morto
ou e queda sem pára-queda
ou simplesmente cansado
dormindo a sono solto
na criança que amo
ou na mulher
da estirpe do arcanjo
que esbanja  banjo
e despreza marmanjo pernóstico...
porque ela preza a honra,
só pertence a si
e co-pertence ao seu amado...
que não lhe é um fardo
ou fado.

(Vou pelo vau
pelo vau vou
do fogo que queima
no cadinho
o corpo de serafim
que há em mim
e na carne dela,
a bela que vela
pelo seu amor
- teu amor
que a luz de manhã vernal
deixou em rastos de petróglifos
em código de cores
em minha parede).

Amor, amor, amada,
a solidão em mim
não existe sem ti
pois de ti nasci.
Independente de ti em mim
existem e resistem
apenas as procelárias
que abrem um vau
que não vi
porque não tenho olhos
senão em ti
- que meus olhos
foram feitos de tua matéria
vivificados em tua energia
redesenhados em tua geometria euclidiana...
também presente
na presença da liana
que abraça o meu coração
com suas mãos vegetais
- que são tuas
e teu, só teu,
meu coração quente!

( Vai pelo vau
- pelo vau vem
ela que é todo
o meu bem,
sim e amém
na áspide ardente que voa,
na serpente ardente,
ardentias do mar,
do amar
com amor ardente de serafim
que acende e porta a tocha,
leva o archote
na escuridão da noite
para um lampejo de caminho
achar e achatar pé...
na noite de estrelas apagadas nas trevas...
- de sua ausência,
mulher amada, querida, adorada,
viola odorata(violeta)...
Oh! Viola odorata!

flor que ascende ao amor,
acende a paixão!...

pequenina viola odorata!:
adorada!... ). 
(Excerto do livro "Adorada Viola Odorata, Violeta e Mulher cuja Fragrância é Natural, Rainha Vegetal do meu Sistema Nervoso Vegetativo e Central").
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sábado, 27 de abril de 2013

ENSAIO DO ORGANISTA DE SAINTE-SULPICE :IDEALIDADE ONTOLÓGICA - verbete glossário etimologia

João Guimarães Rosa não contava, não narrava uma história : pensava-a avo a avo : vinte avos, 30 avos rastreando o passo do tempo até os avós. As estórias de João Rosa não eram narradas, mas pensadas,pespegadas (pespegadas!). Não as contava feito um contador de estórias bolorentas, mas pesava-as com um pensamento fundo que vinha da esfinge a interrogar o enigma,  a recolher silenciosamente e respeitosamente no logos os mistérios  da vida e do amor, que , na realidade perpassante, perpassada pelo fenômeno, é a realidade inata do ser, vez que  o ser, em sua aparição fugaz,  é quase um  sonho ou quiçá um soluço, uma efeméride ou, ainda, uma ideia de Platão fincada na tese do filósofo arraigado na realidade-idealidade, que  é a vida humana exposta ao saber, querer, conhecer, sondar, vida esta que é um meio-termo entre a existência e o ser, sendo o ser uma existência prática, mas, por paradoxo, uma existências em práxis e teorética. Este o método do mestre do sertão dos buritis em renque e do grande buriti : pensar a estória molhada nas veredas. Malhada a vaca mocha.
Ao pensar a estória, sob a forma de conto ou novela poético-pensante, o autor se pensa e pensa o mundo rodeado pelo contexto invisível, alijado da percepção do erudito escriba, que não pode escrever o texto e ler, concomitantemente o contexto. Este João de bom barro,  criador da estória pensada, não narrada, poetizada, transtornada e transformada em história na hora de Hegel, despontando na dialética.
João Guimarães Rosa rasgava as palavras e pensava intelectualmente e sensivelmente a estória com onomatopéias, barulhos, ruídos  de monjolos, visões verdes de buritis, gente valente e demente. Gente, enfim, presente ( o ser) e ausente ( não assente no ser que dá o tempo, que é o presente ou presença de ser enquanto ente, algo manifesto aos sentidos ferindo o ser do homem ainda em absconsa apercepção : o tempo faz florir a apercepção, espécie de intuição kantiana.( O ser é uma luz do tempo e uma corporificação do espaço, em conceito-pedaço, indefinido na definição).
Deus tinha seu canto e nicho nestas estórias, absconso em tutaméias, entremeado com o diabo, o qual rodava, rodopiava  no pó que o vento levantava entre levante e poente : um pó de vestido a desnudar a mulher discreta e a sonsa : o diabo no rabo de saia, que saía solícito, sagaz, indecente do guante em que estivera enrodilhado com cordas de ventos alísios ou monções.
Não há em Guimarães Rosa um contador de estórias, mas um pensador de estórias, que a pensa solitário, em solilóquio, com o diabo na ponta do verbo ao invés do verbo ser Deus. O pensador de estórias ia, paulatinamente, se afastando, se arrastando para fora do do mundo fictício, desintegrando o onírico e o lírico  ao se transfigurar, imperceptivelmente, sub-repticiamente  em pensador da história, numa evolução insuspeita : o salto evolutivo da estória à história.
Com Guimarães Rosa a novela perde um narrador e ganha um pensador nada rigoroso, céptico, inconclusivo até a indiferença ou descrença no conhecimento falho por palavras rasgadas em versos cantantes nas bocas das Musas que estão no vento todo o tempo : um tempo transluar, trânsfuga, do que deveio do veio do presente e virá a devir no futuro co foco no presente, que carrega o corpo do ser, no anto da ontologia, que só pode ser estuda por um breve instante, um momento tenso-intenso, sem tensores ou sensores que a meçam, um brevíssimo momento de existência no bojo do ato e do fato, que se esfacelam, esboroam-se no líquido do ser. O ser líquido e o ser liquidado em grupo social.
A ontologia(ontologia!) é o fundamento de todo pensamento, conhecimento, saber, literatura, sensibilidade, ciência, drama, trama, poesia, estória, história humana; porém não tem contexto no poeta e no novelista e, por isso, estes a ignoram; ao contrário, o filósofo auto-consciente da ontologia, pois este o seu objeto, o seu contexto, seu texto. A ontologia cobre o microcosmo e o macrocosmo. Todo saber, todo conhecimento é, em princípio, ontologia. Ontologia..., mas o que é isso : ontologia?!
Diriam os incautos que é o estudo o a palavra do ser : o ser no "logos" "in loco" e em locução: em tese ou na posição em nenhum lugar geográfico ou geométrico do mundo, mas no nicho do homem : seus pensamentos ou mente frente à realidade e de costas à idealidade que oculta tal idealidade partida em fatia da realidade, sendo que nem a parte "realidade" é real, mas dado do real, da coisa dada, observada, lançada(objeto constituído pela substância do espaço e tempo que formulam o ser em outra expressão do espaço-tempo ou energia-matéria).
O ser é algo que observa e é observado, que está no estado e estudo da substância e fora da substância, bem como da energia que sobeja da ralação matéria-energia. Isso física, química, empiricamente; mas também, paradoxalmente, está fora do universo epírico, num universo mental, que nem é universo, mas um "locus" geométrico que não emana energia nem é emanada da energia, porem pensa o mundo em si, no ser, e fora de si, na existência, universo "paralelo" esse que acabou perfeito na filosofia acabada de Aristóteles, oriunda da tradição de Parmênides, Zeno, da escol de eleatas que descobriram o pensar d pensar, o pensamento debruçado sobre si mesmo e, posteriormente, numa superação do auto-conhecimento, do mundo exterior ou existência. O ser é plúrimo corte de realidade e irrealidade : balanço ou dança de ser e não-ser, cortes de instantes que não se juntam na mutação de matéria e energia. Dança cósmica, cosmogônica, cosmogonia.
No ser estão os triângulos e teoremas que tais, imortalizado no nome de Pitágoras : o não-espaço e não-tempo sem energia e matéria, sem substância mesmo ou com substância desconhecida, pois tal substância é o próprio pensar, nem chega a ser o pensamento ainda, mas um princípio do pensamento no pensar, o ato de exercitar a criação do paralelogramo, de onde provém a geometria substante-insubstante, que se sustem no nada mental e físico. O ser e não-ser na geometria por inteiro : um discurso ou pessoa do discurso nas matemáticas, aritméticas, álgebras em seu solilóquio assaz loquaz com o cosmos, ou o que o grego contextualizava no texto  como cosmos.
João Guimarães Rosa estuda esse ser que passa ainda agora à minha frente e que não consigo parar em seu fluir, senão usando a memória como expediente de memória falha, em miscelânea com a imaginação, as quais tentam em vão captar o vivo, parar o que não para, mas flui indefinidamente mesmo no vau do universo onírico. Esse objeto falso com memória de vida, porém não vida no instante dado em soma com o espaço momentâneo do presente tempo que envolve a presença no espaço, é o que estudamos e estatuímos como e enquanto objeto ontológico, o qual os cientistas julgam mudar de forma e teor com uso de nomenclatura ou terminologia,  denominando pomposamente e jocosamente o objeto da ontologia com o nome  de objeto científico, vez que não podemos parar o tempo e o espaço a fluir em rios, fluentes rios de Heráclito, o Obscuro, mas apenas cortar em pedaços de instantes no presente que traz a presença no espaço e tempo vividos; portanto, o objeto de estudo da ciência é o não-ser, algo morto e inexistente, envolto nas brumas do pretérito ou um ser já não em sua função vital de ser, ou seja, de sua existência exitosa já apartado, apenas restante em verbo, em logos, em cultos matemáticos, na tese do lugar geométrico, que é um nada cavado na mente, esse buraco de minhoca. Ser histórico para historiologia e historiografia, rasgos e restos do pensar enquanto vivo e no momento ou período o ser humano que assiste a presença a nascer do presente, nicho da vida em teia e cadeia ecológico, etológica.
A ciência estuda um objeto falso : um não-ser que se passa por ser que deveio e estar à devir. O artista arteiro do sertão não diz isso, mas pensa sem o contexto, que será objeto de ensaísta. O contexto é objeto do ensaísta fictício e real de Sainte-Sulpice, organista que toca outra arte no opúsculo. O poeta que escreveu, chorou o contexto que não pode ler, pois aquele que escreve está cego para a leitura do contexto que abraça o texto em lamentações de Jeremias, pois todo texto é uma escritura para o autor que se abre em leitura para o leitor sagaz : abre o ser genuíno em tese na escrita que acolhe o ser do escriba nos signos e símbolos e se oferece em sacrifício maia de leitura dúplice a erudito, que pode ler texto e contexto de imediato, fato e ato vedados ao autor do texto. 

( Excerto do "Ensaio do Organista de Sainte-Sulpice Debruçado Sobre a Realidade e Idealidade Ontológica Durante o Interlúdio da Tocatta e Fuga em Ré Menor de Bach ou Buxtehude")
profeta oséias amós oseias amos isaías isaias jeremias jonas joel
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