segunda-feira, 30 de maio de 2011

AMAZONA ( wikcionario wik dicionario wiki amazona etimologia )

O mundo é um paul /
que me causa repulsa /
Mefítico tremedal /
é o mundo social /
( O mundo social /
é tecido de mulher /
pois o homem olha a caça /
olha ao longe /
alonga o olhar nas campinas /
atrás do galo-de-campina /
para alimentar-se /
e dar sustento à família /
A mulher desce o olhar à prole /
e com isso tece a veste social /
- é a religião e o amor /
é Vênus e Flora ou Ceres /
enquanto o homem é a guerra /
é Marte e o caçador /
o sátiro o fauno e o centauro /
buscando a conquista /
de terras e fêmeas /
e vida pela proliferação genética /
semeando-se no campo natural ) /

A natureza é um paul /
onde vivo de desesperança /
neste tremedal /
volutabro atascadeiro /
que tudo isso é vocabulário para paul /
que em inglês é nome "Beatles" /
do Paul dos " The Beatles" /
"Paul-Beatles" /
os besouros zunindo /
que passaram pela chuva /
que é um tempo do tempo /
porquanto o tempo tem muitos tempos /
ou muitas manifestações de tempo /
no temporal e no temporão /
na intempérie e no que é extemporâneo /
ou coevo longevo /
no voejo do escaravelho /
até o olho do velho /
que não é mais velho que o tempo /
esse ancião inexistente nos dias /
mas inventado pelo homem /
na matéria do ser /
ou no tratado de ontologia /
que diz o que é posto pelo homem /
enquanto ser que põe outro ser /
- ser inventado /
( Salvador Dali inventou um barco /
que apresta no mastro /
o centauro tecnológico /
que é o homem /
antigo centauro mitológico /
cuja invenção do barco a vela /
uniu-se-lhe ao corpo material e mental /
a ponto e transformá-lo /
junto e jungido à sua invenção do brigue /
num centauro da tecnologia /
que isso é o ser do homem coevo ) /

Todavia há um paul /
que rumoreja dentro de ti /
que me desperta a nota si /
que toca de amor cristão em mim /
e de paixão pagã por um objeto /
que há em ti /
e na doutrina transcendental de Kant /
que diz do Narciso /
que e o sujeito o objecto /
um lançando o outro na água /
onde se mira /
e de onde se olha /
da água e do olho /
se olha e vê Narciso /
a flor do paul /
do paul que há em mim e ti /
( todos temos um lameiro dentro /
um marnel charco /
- um atoleiro /
todos temos ) /

Leda é a madrugada /
para Camões e Cia de Camões /
e Leda também é nome de mulher /
fora da madrugada e seus galos /
chuvisco de orvalho /
Contudo para mim a madrugada /
é apenas a espectativa de solidão com lua /
Joan Miró e mulher escura na escuridão alargada /
embuçada nas trevas do paul /
- trevas filarmônicas /
para dizer algo louco /
ou algo com harmonia /
na madrugada em pedra de gelo /
ou na voz do galo cantor /
com todo o seu candor /
no canto cândido /
de candidez de novilúnio /
lento novilúnio em noite clara /
- clara-de-novilúnio /
derramada no cântaro /
em luz da abelha do sol /
tecendo o mel do girassol /

Você é a mulher /
que Miró mirou nas sombras /
daquela noite /
que ronda todas as noites /
- é a mulher que entalhei /
na madeira do idílio /
que conteve minha arte /
de um Rodin inspirado /
que tentei e talhei ser de madeira /
- no amor que inspirava Rodin /
um artista cuja arte é sensual /
tal qual tudo o que é silvestre /
e se enrosca nas serpentes /
a escrever seu corpo sinuoso no solo /
- chão para o que para a erva é lídimo /
e onde se escreve sua lei herbácea /
sem necessidade de estela /
cujas escrituras são em estela /
próprias para por em pedra a história do fóssil /

Se ao menos você existisse! /
se você existisse para além da essência /
na intersecção entre eu e o mundo geométrico /
Ah! se você existisse /
mensurada pela geodésia! /
e não apenas existindo /
sem existir para mim /
na intersecção parabolar /
das parábolas de Descartes /
coordenados os segmentos em curva no espaço /
- puro espaço "a priori" /
impresso na doutrina da metafísica transcendental /
que me põe a olha o mundo lá foca com Kant /
e nele nada ver senão objetos /
que são o lançamento do meu ego ou sujeito no mundo /
( o mundo assim /
é um olhar para nada /
que não seja eu mesmo /
objeto e sujeito /
transcendendo a mim /
no objecto espelhado /
ou especulado na face do Narciso /
que dá a filosofia idealista de Kant /
- a outra face dada para se bater ) /

Amo você /
e o quero-quero que és /
eu quero-quero demais amar /
e o quero-quero que tens...! /
- amo você dentro do mito /
do amor inexistente /
porque meu amor por você não existe /
nem mesmo você existe /
porque não está fora de mim /
postada lá fora /
livre de mim no mundo /
das coisas que vemos e transformamos em objectos /
para poder captá-las em intuição e conceito /
Na realidade minha interna amiga /
amada bem-amada /
você está dentro de mim /
encrustrada gema no anel /
que verga meu corpo anatômico e fisiológico /
minha alma anatômica e fisiológica /
meu paul interior /
que se apaúla com garça /
muita garça branca /
brandindo ou reverberando a luz branca do sol /
que é uma casa caiada/
lá longe no morro /
no horizonte que se desenha no fim do olhar /
desdenhando do olhar /

Amo-a saracura de paul /
Ah! saracura-de-paul! /
oh! saracura-de-paul! /
garça de paul /
tartaranhão-de-paul /
tartaranhão-de-paul-fêmea /
seriema do cerrado /
pomba cinzenta do brejo velho /
amo-a o quero-quero que te quero /
com o querer de quero-quero /
a fazer bailar o ar com o seu trinado constanta /
trinado gritado /
quase em eco /
em eco-eco de teco-teco ou teque-teque téu-téu /
Amo-a desde o ovo da cegonha /
sem vergonh de võo mítico /
ou da maria-sem-vergonha /
que deita e rola no sexo verde /
cujo olor também é verde /
de violinista verde /
de verde pampa /
ou prado de Adélia Prado /
poetisa do brejo /
poeta-de-paul /
do paul da pernalta /
ave pernalta /
ave, nauta! /
argonauta /
- o amor está no sangue /
a paixão queima no líquido vermelho /
no reino dos eritrócidos /
no soprar da hemoglobina /
que sopra da corneta um anjo cálido /
um serafim de puro fogo /
a queimar e purificar o sangue /
que é um vampiro /
- o sangue é o próprio vampiro /
na busca de outro sangue /

Amo você que nem existe neste amor /
nesta paixão que sinto /
sem objeto externo /
ou cujo objeto externo /
é o objeto interno /
desenvolvido no idílio /
e da necessidade premente /
de crer que existe /
o que somente está cá dentro de mim /
no ovo hermético /
( Você não tem existência /
nem tampouco existencialismo algum /
é mera essência interna /
que meus sentidos internos e externos /
constituem como ser /
em dulcíssima ontologia de poeta /
que canta o grito na garganta /
onde amanhece uma andorinha /
em solitude parda ou cinza ) /

Amo-a trocando o verbo de pessoa ordinal /
pondo-o na pessoa do tu /
e do tuiuiui volante no paul /
Sinto saudades do tempo /
( do tempo e não de ti!) /
em que eu te amava /
porque já não creio mais no amor que cria /
quando não era ateu de amor cristão /
no latim do padre de tempos de antanho /
e de Santo Antão e Santo Antônio /
Naquele tempo eu te amava em Alice /
no país das Maravilhas /
naquele símbolo /
naquela alegoria /
naquela fábula /
amei-te muito /
e tenho saudade daquela felicidade /
que o amor solitário me fazia experenciar /
quando eu era o Chapeleiro maluca /
e tu eras a lebre maluca /
ou a própria Alice /
buscando meu amor ateu /
Hoje sem esse amor fabuloso /
sinto-me infeliz e triste /
e o tempo me parece um tempo perdido /
como uma fumaça de cigarro /
não procurando nada /
ou um resquício de cerveja /
no copo e na garrafa abandonado /
por um ébrio que foi feliz /
enquanto era eu naquela mesa /
frente a lua /
que Miró não soubera desenar no céu noturno /
falciforme e negra /
como a mão da morte /
que passeia no verdugo invisível /
a rondar gargantas /
e cabeças a cortar /
no dizer da rainha veremelha /
( a cabeça decepada /
foi a cabeça do meu amor por ti /
uma paixão que se esfunou na brisa torta /
que passou pr aqui fumando /
na lagarta que fuma naquele País de Alice /
- no País onde foi Alice /
sonhando que era um País das maravilhas /
antigo pensar adolescente /
a olhar o mundo detrás de olhos felizes /
corpo feliz /
sem doença ou dor /
que o arraste á melancolia /
ou a grande depressão ) /

Você é meu idílio /
mero idílio /
pobre idílio /
cõnscio idílio /
idílica amada /
morta amada /
pela legião de forças das bem-amadas em exército /
em sintaxe de guerra /
em legião romana /
Você era idílica na espessura do idílio /
ao longe desenhado na geometria do horizonte /
pesado na gravidade de Newton /
no grave som do violoncelo /
tocando a corda de solidão do músico /
o obscuro músico /
dedilhando senos nas cordas do violoncelo tristonho /
lembrando da alegria de um Mozart vivo /

Você era minha utopia no lugar da utopia /
que se estende por todo a toponímia da cidade /
- Utopia de Morus a Marx /
( utopia é lugar nenhum /
e simultaneamente todo lugar /
pois em todo lugar se constroi uma utopia /
para o sujeito sobreviver /
em contato com o objeto do idealista /
em filosofia transcendental de Kant /
ou nos aximas e corolários de Spinoza ) /

Você é meu sonho desde o berço /
desde antes do pequenino que fui /
do pequerucho amado /
que corria a sorrir feliz /
dando gargalhadas de alegria pura /
na felicidade do estagirita /
confiante na vida /
na vida de menino /
e no destino desconhecido /
ou sequer suspeitado /
aonde cheguei /
e onde ninguém me espera /
onde você não me espera /
no mundo empírico /
( Nunca imaginei que estaria tão só /
com a flor do idílio à mão /
e versos pífios /
que nem sequer têm objeto /
para dizer adeus /
nem deus nenhum /
- nem tampouco o deus do pagão /
do cristão e do ateu /
que tem lá o seu deus /
mais ateu que o próprio ateu ) /

Em mitologia filosófica e poética /
o amor vai fluindo /
rio em todas as coisas /
passando por dentro /
tendo leito por fora /
e por baixo da terra /
nos subterrânios lençóis freáticos /
aquíferos extensos /
outrossim carregando as nuvens plúmbeas /
à maneira das penas na pomba /
arroios que molham arroz /
e entram e saem do corpo humano /
ou secam ali no leito de morte /
de um riacho abandonado à própria sorte /
sob o sol do deserto /
com os pés nus na areia tórrida /

Amo você pelo seu carácter /
no rito mental da alegoria /
no símbolo do amor /
mas não na realidade /
algo cru nas crucíferas /
- cru na cruz romana quotidiana /

Amo seu ser posto no mundo /
com a coragem de quem põe o que pensa no mundo /
e realiza uma existência /
que a maioria pusilâmine nem sonha tentar /
por em sombra sob umbela ao sol /
que ama brincar em suas tranças /
que descem na corda amarela /
trançada na estória de Rapunzel /
( imaginada no menino em eterno retorno que sou sempre ) /
e na história da tereza /
dos pequenos bandidos presos pelos grandes criminosos /
donos do Código Penal e do processo /
que é a chave da cadeia /
procedimento sumário para pobres meliantes desprotegidos /
( ou a clave do tartaranhão-ruivo-dos-pauis ?! ) /

Olho você conversando com outros /
que nem são seres /
são fetos de seres /
abortos postos no mundo /
enquanto você é uma das Ilhas Aleutas /
um arquipélago para pouso das procelárias /
aves em debandada do meu oceano nada pacífico /

Vejo-a única em beleza /
solitária em sua beleza pura /
- única beleza de ilha no Pacífico /
entre os demais ( que são demais!) /
navegando em solitude pelo Estreito de Magalhães /
pois por mais belos e belas /
que os demais sub-seres possam parecer /
são criaturas feias perto de sua capela radiante /
sua cabeça sob capuz louro /
sua boca a dizer palavras /
sem o amargor ou a ironia cáustica /
dos filósofos que sofrem de cinismo /
- do cinismo que vence as bestas /
as cavalgaduras quixotescas ou apocalípticas no mundo /
nos seus reinos de mendacidade /
porquanto sendo símios /
somente podem servir à política dos chimpanzés /
pois não para aptos para a sabedoria dos poetas invasores de sistemas
vegetais /
e dos sábios amantes da vida e da liberdade /
andarilhos monges livres /
das masmorras construídas com Direitos Humanos /
e outras doutrinas religiosas para orangotangos /
dançando seus tangos /

Desejo muito você /
deseja-a intensamente /
com a intensidade densa do magma do vulcão /
da Ilha de Santorini /
( Seu corpo para mim /
não é uma península anatômica e fisiológica somente /
é um tsunami na língua austronésia tagalo ) /

Sexualmente a quero muito /
e muito mais que quero o quero-quero /
quero-te quero-te-quero /
quero-quero e outro quero-quero /
no acasalamento do quero-quero /
na alma cavada pela paixão /

Todavia não posso te propor /
nada que não seja digno de ti /
nem de mim /

A terra molhada em paul /
é terra em ti /
na flor que quero que seja um miosótis /
que azul é seu amor e verde também /
na melodia plantada em violinos /
um Stradivárius e um Amati /
tocados pelo violinista azul /
e o outro verde violinista em erva /

Mas você apaúla?! /
ou a terra por baixo do ventre das heras /
não tem nada de palustre /
não guarda o lago /
com o arcanjo nadando por baixo do peixe /
a lagoa onde a garça branca /
anda na alvura da barra da alva /
silente no seu passo de bailarina de Degas /
num salto de flor de laranjeira aromática /
que pára-queda no beija-flor /
quedo o vôo /
sobre o único momento /
que o coração do tempo parou /
no ar das abelhas rajadas no amarelo dos seus cabelos /

A vizinha da loucura /
avezinha da loucura /
é minha alma /
alma minha /
alma de gato /
almá-de-gato /
de sete vidas /
- sete almas /
os sete demõnios em Maria de Magdala /
sehuve tal Maria /
se houve tal Magdalla /
caminho da rota mercantil /
com o vil til /
do lado que sopra o anjo no vento /
barlavento ou sotavento /
da ilha que invento viver /
no vegetal do coqueiro /
na respiração da palmeira /
na casa do marimbondo /
naquele vespeiro /
dependurado na palma verdejante /
que a palmeira estende /
para assinalar um adeus /
totalmente ateu /
nada hebreu no nado nato do arameu /
nata de Deus /
maranata /

Amo você /
e e é triste perder um amor /
uma paixão alucinante /
mas a vida é triste /
e um amor se perde /
depois ou antes que se ganhe /
pois temos a morte emtudo /
girando o motor /
e estagnando a água no rio de dentro do corpo /
uma paixão é também uma elegia /
não é somente uma ode ao amor /

Amo você amazona /
-amazona montada sobre um cavalo do apoclipse /
embuçada em manto escarlate /
sobre o cavalo vermelho /
pois você é o cavaleiro vermelho /
massomente eu sei /
que o cavaleiro vermelho /
não é nenhum cavaleiro carmim /
mas uma amazona sim /
carmesim amazona do apocalipse /
na qual desejo deixarum rastro de mim /
um rastro de homem /
que vai buscar o menino /
dentro da mulher amada /

(Depois de ler este poema /
olhe dentro dos meus olhos /
para eu ver se posso ler /
este poema escrito lá dentro /
no ermo da alma /
no longo rasto de luz dos olhos /
que desenha almas aladas ) /

SIMBOLISMO ( wikcionario wik dicionario wiki simbolismo etimologia )

A água abençoa o vinho /
- a água abençoa a vida! : /
é a alma da vida /
A água se ira em vinho /
dada sua arte plástica /
sua flexibilidade incomparável /
( Vinho é bebida espirituosa /
e do cesto ao incesto /
vai a uva /
- do cesto ao incesto de Noé /
vai a uva pisada no lagar /
onde ocorre o verdadeiro milagre do vinho /
tinto ou branco /
Milagre que prescinde de Jesus /
mas provavelmente não do homem /
mão e mente e pé diligente /
que fabrica o vinho /
que inventa o vinho /
uma bebida espirituosa atravessada por água pura /
da fonte segura da química molecular /
com sua fórmula químico-algébrica ) /

Dizem que Jesus transformou água em vinho /
sendo tal milagre /
uma mostra do poder de Jesus Cristo /
por ocasião das bodas de Canaã /
na Galileia dos gentios /
Claro e clara é essa anedota /
que, não obstante, cumpre função importante /
enquanto símbolo da ação do homem /
aqui eternizado na figura imaginária de Jesus /
produzindo um milagre : /
o milagre de transformar água em vinho /
que o ser humano já fizera muito antes de Cristo /
eras geológicas, metaforizando as Eras da geologia /
porque aqui é poesia ) /

Conquanto esse suposto ato de Jesus /
seja narrado como miraculoso /
trata-se de uma alegoria /
cujo fito foi dar mostra do poder do Senhor /
porque na realidade é o homem /
enquanto ser individual e coletivo /
ser genérico /
que transforma e transformou água em vinho /
através da indústria da vinicultura /
em processo industrial /
milênios antes de Jesus /
sequer ser concebido sem pecado /
no ventre da virgem /
( o recurso literário da alegoria /
permite narrar um fato genérico /
como se se tratasse de ato de um indivíduo /
que representa a espécie humana /
- no caso qualquer um de nós /
representamos plenamente para nosso ego /
toda a espécie humana /
Todavia, para os fanáticos que se perderam no caminho de si /
tocando a nota si na gaita de fole /
e se mirando nela como Narciso na lâmina d'água /
do rio que corre até a morte, /
para os fanáticos, no entanto,
a espécie ou o gênero humano /
simbolizado em Jesus /
ou outro profeta legislador ou filósofo grego, /
quando grego era em grego /
toda a filosofia que ainda é se desfia /
Kant acima /
Kant abaixo, /
não tem leitura do simbolismo /
não acha esta leitura no homem que se perdeu de si
na nota si monocórdia /
pois para ele o simbólico é real /
e o real uma ilusão de Maya e Maria. /
Canta isso, patativa do sertão profético! /
Cante até que cante Kant! ) /

Antes de vir-a-ser vinho /
a água já vem vindo na correnteza /
que passa por dentro da videira /
desagua na uva /
passa pela uva /
( não na uva-passa /
que é desidratada /
não abriga leito de torrente interior ) /
molha o esôfago /
e encharca o espírito /
- o espírito de vinho tinto! /
ou quiçá branco vinho /
em cavalo branco /
a galopar pelo Apocalipse quotidiano /
cavaleiro branco com arco e flecha /
centauro social /
- centauro da guerra /
Cadê minha amazona?! /
- a amazona do Apocalipse... /

( O vinho é um paul /
- água estagnada em álcool /
guardião de bactérias e fungos /
vírus e outras hostes bárbaras /
a cavalo sentada /
montada em sela /
tal qual um cavaleiro ou uma amazona /
dúplice centauro /
que surge no Apocalipse do dia-a-dia /
pois o Apocalipse dá-se de sol a lua /
falciforme e negra lua em Joan Miró... ) /

domingo, 29 de maio de 2011

SONO DO FETO NO VENTRE MATERNO (wikcionario wik dicionario wiki etimologia )

Um dia a água /
que é a alma da matéria viva /
fora do peixe cristão no latim /
deixará de passar pelo corpo /
de nadar pelo corpo humano /
desenhando fisiologias e anatomias /
ao carrear energia /
em moléculas de pedra /
que é a forma de inteligência dos sais minerais /
quando em pó ou pedras minimizadas /
- rochas moleculares /
metálicas ou não metálicas /
boiando no líquido do mar vermelho /
do mar vermelho com hemoglobina /
mar de eritrócitos /
mar sanguíneo mar! /
de onde vem o amar /
que é todo o mar /
e movimento de mar /
e coração escarlate /
que late em língua espanhola! /
mas não na cor do latim /
em cor una ou "cor unum" /
( Coração arrítmico /
desperta paul /
com água nos tecidos /
nos interstícios dos tecidos ) /

Uma noite a água dentro do corpo enquadrado /
na fisiologia e anatomia de uma mulher na obra de Joan Miró /
- mulher pintada e plantada sem planta vegetal /
fora da estufa mental do artista /
a pensar a mulher com a paixão que move o artista /
a arte e a caça e a guerra /
assim algo meio-bruxa negra /
meio-vampira ou mulher fatal /
meio-morte com a lua falciforme /
erguida no céu para corujas e mochos /
- numa noite dessas pintadas por Joan Miró /
em obra poética /
a água não seguirá o curso da torrente de Cedron /
se desviará do álveo do rio ou riacho espumante /
abandonando o corpo humano ou animal /
o corpo anatômico e fisiológico /
- o corpo mítico do centauro /
corpo de fauno /
o ser dado em latim /
para estudo da fauna /

Um dia de sol chovendo no girassol /
que vai rodando e rondando o tempo e o espaço lato /
e também o espaço e tempo latente /
iminente /
ou uma noite de lua errante pela madrugada /
toda orvalhada e cantada a galope no som de galo negro /
embuçado dentro da noite sombria e fria para algia /
qualquer dia ou noite /
a água perderá o caminho para dentro do corpo /
ou será um paul dentro do corpo humano /
quando então o corpo humano /
que já dormira eras geológicas /
antes de vir a dormitar no ventre materno /
no sono do embrião e feto que se segue /
- um dia ou noite fechará todos os olhos /
no sono geológico /
- sono com tempo geológico /

Água de sono /
é paul para garças e saracuras oníricas /
originárias da matéria onírica das pernaltas /

sábado, 28 de maio de 2011

A BONECA, A MENINA, O CRIME, O CONDENADO...(wikcionario wik dicionario wiki etimologia )

Quão bela eras tu com tua boneca!
- quão bela menina!
( quão bela é a menina!
- toda menina!
em sua paixão infantil!
sem o homem por perto
a arruinar o sopro do vento no moinho de vento do nariz
pintado no cavalete do menino Van Gogh
ao longo da linha do vento no moinho e no moleiro...
- este artista sublime que cheirou a tragédia pelos moinhos de vento
pelo pelo no pelo do nariz do moleiro
e da ave do mesmo nome
que sabe às intempéries
Oh! mandrião!...procelárias... na procela...)

Quão bela eras!
- Eras de uma beleza apenas vista sutilmente
nos traços e cores simples de Joan Miró
quando o artista olha e põe o mundo em traços e cores
no rascunho da eternidade!...
Quando o pintor tira o mel da luz dos olhos
e põe pelas mãos na pintura
na tinta de mel e luz mesclada
Pelas mãos! e não pelos pés descalços em carmelitas
a descer a escada do céu
envolta a visão em um anil-Miró...
mirado e remirado
num halo de anil Joan Miró
que quando anoitece vira anum
pelo céu da bruxa
em mixórdia com o negrume do anum
tapume de sol
com a mulher perdida dentro das trevas da noite
nas penas capitais do anum
negro feito a morte
- a morte que apaga a luz no carvão
após apagar a brasa
no silêncio do cigarro
que se evola...
com a tragédia escorrendo para dentro
do coração da mulher
enquanto uma personagem em noite de Joan Miró
porquanto o senso trágico da existência
não é exclusivo dos gregos e de Nietzsche
A tragédia é encenada dentro do anfiteatro da noite
Noite fria em penas de anum
lua falciforme negra
similar à cimitarra
curva qual adaga longa
com um carrasco na jugular
e um verdugo cuidando da cervical
na tragédia e rito de execução do sentenciado
( Todos somos condenados
por crimes que inventaram
os senadores do crime
em sua senectude )

Teu corpo de menina distraída
inclinado para a boneca
que colocavas carinhosamente e cuidadosamente no carro!...
- no carrinho cor-de-rosa
que empurravas pela casa fora...
Feliz, de uma felicidade quieta e silente
em surda emoção

Posteriormente tu passaste a puxar o carrinho pela mão
graças ao cordão que amarrei no brinquedo rosado
- com todo o carinho de um pai encantado!...:
quando e enquanto o tempo não era de pedra
mas de água... doce água
- água doce de arroio até na cerveja!

O mundo e o tempo parava então
quedo e mudo te assistindo
outrossim encantado
enquanto brincavas imersa naquele sonho etéreo
Então o espaço deixava de girar com grânulos de poeira
os quais tem o condão de tecer uma cortina para fantasmas no ar
de ar e pó e teias de aranhas semi-arrancadas dos vãos
que o espaço e o tempo abria em clarabóia
para a luz participar do momento lúdico...
envolto eternamente no casulo protetor do tempo
que já criou outras meninas
assim tão felizes de se ver!
( O tempo envolve o ser humano
em uma crisálida de pedra
num fóssil que aguarda a ressurreição dos mortos
porque o homem não quer morrer
não quer deixar o tempo vazio de si
de sua notação musical )

Tudo acontecia quando tu te inclinavas
para teu carinho róseo
e tua boneca amada!
- Era outra Era geológica!....
de tão longe que ficou aquele tempo...

Acho que se passaram eras
- Eras geológicas se passaram pelo tempo depois disso!...
empós esses atos teus
alheios ao geólogo
à geologia à mineralogia gemologia metalurgia...

Ai! como esses atos teus
marcaram indelevelmente a terra
as ervas sobre a terra
a vida vegetal
o planeta e o cosmos!
- e ao meu coração
que é mais importante
que todas as Eras Glaciais
todas as Eras geológicas!

( Dá-se o fim da menina
quando crescem as bonecas...)

TUIUIÚ OU SUBSTÂNCIA SPINOZISTA PAR AMAZONA(wikcionario wik dicionario wiki)

Tu, Tuiuiú que és,
- és objeto de olhos
( olho gordo
olho que tudo vê
olho com tampão de pirata...)
os quais te observam de todos os ângulos
de todos os seno e co-senos
falam de ti no balanço das ondas senoidais
que se balançam no ar
na dança da deusa eletromagnética
que se imagina no rádio e na televisão
e no micro-computador pela internet
banda larga asa larga em envergadura de tuiuiú

Tu, tuiuiú pousado
pescador à beira da loucura de paul
( paul de tuiuiú
ou tuiuiú de paul )
símbolo do estado do Mato Grosso
ave-símbolo do pantanal matogrossense...
( Mas o que é o Mato Grosso?
- O Mato Grosso é o homem
que cavou uma etnia topográfica
topológica toponímica
uma etnia telúrica
que veio da terra
e de outras plagas
até pousar ali no Mato Grosso
ao lado do jabiru
desbravando o território
conquistando a terra
constituindo o território
até que venha o estado de Direito
e tome por força irresístivel de lei
de todos os homens que ali estavam de posse do território
tudo o que o homem da terra conquistou por Direito
na guerra eterna do homem contra o homem
no velho dizer ou constatar de Hobbes no Leviatã
monstro eterno que dorme e acorda no homem
Há os homens que roubam ou furtam objetos, coisas...:
estes são os ladrões, os latrocidas....
e aqueles que roubam Direitos :
estes são os reis, os presidentes... )

Tu, tuiuiú és um ser
construído pelo homem de estudo
ou homem de ciência
para objeto de estudo
e vários são estes objetos que és
aos quais o homem te impõe o ser
que é uma posição no conceito
em língua geométrica que te desenha
pela mão dos Rugendas e outros mestres assim artistas
e pelas concepções dos filósofos e cientistas
Assim és objeto de zoologia
de ornitologia, com o ser para ave : "Ave Maria!" ),
de fisiologia e anatomia
até de etnografia e etnologia
quando invades a cultura do homem
( entrarias como totem, se fosse o caso
ou brasão no caso dos reis
dos quais os estados de "Direito" usurparam o trono e a coroa
e consequentemente o brasão de armas
Nos estados de Direito o direito pereceu
ou ficou sendo propriedades de alguns
que tomaram posse do estado
pelo voto popular
ou sufrágio universal
pois dessas frases bonitas vivem os arrivistas
Estas frases os sustentam no poder perpétuo
"lulificado" no Brasil por Lula
- Lula da Silva que não saiu da selva
ou do alcance territorial do silvo da víbora
- a víbora bufadora
ou a víbora do Gabão
que o que é por lá é por aqui )

Há um inexistencialismo do tuiuiú
quando é ser
postulado como essência na zoologia ou ornitologia

Tu Tuiuiú sobre tudo voas (sobretudo!)
com tuas loas
à toa e à tona
e sobretudo acima da boa lâmina d'água da lagoa
( lagoa não magoa )
onde se planta a cana do bambu
por si própria plantada
quando no labor de lançar a semente ao vento ativo
juntando o esforço vegetativo ao eólico
a mover o moinho de vento que invento no vento
saindo dos foles e pistões
que tocam com os dedos
todos os ruídos e músicas
no martelo e bigorna dançantes
- dança com ossos ouvintes!
(Tu tuiuiú és água
- água de corredeira....
tu, tuiuiú...não és mágoa )

Tu tuiuiú vais
aonde a canoa desliza sua loa
a loa da canoa em Samoa
Vá passar em vôo raso à lâmina d'água
por onde se esconde a boa cobra constritora! Vá!
- Vá aonde fica emboscada a boa ou jibóia ("Boa constrictor" )
que no idioma tupi bóia sub-laminar
com nome de sucuri-amarela ( "Eunectes notaeus")
- sucuri do paul mato grossense
( Sucuri é vocábulo tupi
cuspido pela língua tupi
- idioma que a língua sensível da serpente saboreia com enzima
co-enzima
porquanto a língua da serpente
é um instrumento preciso de caça e pesca
e captação do mundo circundante
dentro da circunferência ou círculo ou incidência de sabedoria da cobra
que não sabe a sal
senão ao sal que prova nas presas
- nas vítimas agonizantes
no amplexo para outro tipo de sexo
- para o tipo de sexo que alimenta o sexo e a prole
e nutre os genes da serpente )

Tu tuiuiú és já jaburu ou jabiru
consoante a enzima na língua tupi
seja para te provar o sabor
ou temperar o pensamento com o vocábulo
que diz do tupi linguístico
mas não filológico
porque não tem tupi escrito
não há tupi em história
senão conto oral
lenda de boca em boca
que povos de lenda não são povos de mitos
são povos sem poesia escrita
sem histórias de histórias
dissertações doutas
pensamento e literatura erudita
cultura erudita
de gregos e latinos
senhores do mundo sábio
e do mundo do conhecimento
que ainda lhes pagam tributos de senhorio
( o latim frio e científico de Lineu
nem sempre diz do bicho
senão o que descreve o zoólogo
fundado em corpo anatômico
e a dança que este corpo pratica ao viver
mas não tem a enzima na língua morta
para dizer da vida do jaburu
como o diz o aborígine
que convive com o tuiuiú
no brejo fumegante
se há queimada ou coivara
e corre a capivara
de fogo que não é fogo-fátuo)

Tu tuim túrgido tuiuiú
tuim-de-papo-vermelho
Tu tuim tuim-de-papo-vermelho tuiuiú
urubu quase-quase urubu mas não urutu tu serias
tu, tuiuiú já jabiru já jaburu
já a jato sem jato
pelo mato grosso
que enche o papo vermelho
de frugal alimento da mata
do mato grosso
Quem sabe quiçá Goiás?
Tu tuim tuiuiú és pantanal
és ave de paul
palustre pernalta
ave de água
aquática e aquífero ser
em todas as águas e asas sobre águas rasas
Plantado estás na raiz quádrupla ou cúbica dessas águas quedas e mudas
( águas de paul que podem ser até mefíticas)
em consequência do miasma )
na radicação sob a radiação solar
em radical raio aberto nas águas que movem as asas
em "pi" radiano
- águas que fazem viver o animal com motor nas asas
moto contínuo
até a energia sair da quadratura do círculo

Tu tuiuiú já jabiru e tuim
tuim que és de papo vermelho
cuja cabeça-seca chama o "Jabiru mycteria"
( o latim não tem miséria
tem "miseria" que é etimologia
palavra ou voz de onde vem a miséria
evidentemente em conceito fonado e grafado )
Jabiru ou jaburu é outro nome tuiuiú
do jabiru em latim
e não mais no tupi cuspido escarrado inculto
longe da escarradeira ( antigo objeto ou artefato de luxo
- luxo de antanho no lixo de Santo Antão
a um quadro Dali )

Tu tuiuiú, ave ciconiforme,
cujo bico é o "cico" que muda de forma
conforme o "grude " ou hábitos alimentares
ou o olho de pirata piscando no leitor
na língua que fala
no idioma que canta a pernalta
mas não a descreve graficamente
nem em signos linguísticos ou geométricos
com os símbolos a ferir os significados
ou acrescer acepções
No latim científico
há a leitura e escrita do tuiuiú
então com a denominação "Jabiru mycteria"
sendo a família dessas aves oriunda das águas dos "Ciconiidae"
família "Ciconiidae"
pingando dois "is"
no corpo anatômico do vocábulo
que então pode voar fisiológico aos olhos dos ornitólogos
e na concepção de qualquer língua vernacular
que poderá dizer da ave em sua lógica sintática
depois de passar pelo latim nada vulgar
eivado de declinações que foram declinando na voz do povo
e no furo do ovo
por não mais exprimirem o que é necessário
e não as filigranas de ourivesaria e ourives
que ficaram no museu atuante do Direito
cujo mister é viver sob o antigo
( Vida jurídica é vida antiga
- o Direito é um antiquário
uma casa de sebo
uma loja de vender objetos e concepções caducas
- há muito decadentes
Os dentes de Tiradentes
estão ali expostos
ou sua dentadura
junto à cabeça de lampião, o cangaceiro célebre :
o herói das sagas no sertão
reencarnado em signos e símbolos por Guimarães Rosa
o poeta épico do Brasil
Trágico complexo em Diadorim! )

( Os pingos dos "ii" no latim
designam geralmente o nome de família "animalia" nos "iis" pingados
quando Deus levou Lineu a nomeá-los em língua de legião romana
dos anjos soldados que criaram a maior empresa do planeta
- a empresa que é o Império de Roma a Loma Linda
de Albalonga na Itália a Loma Linda na Califórnia
caminha o empório-império de Roma
que fundou a empresa e empório do soldado
que fez e faz e desmancha impérios de soldados )

Tuiuiú pernalta de pescoço nu
preto no anu-preto
( que negro e roufenho é o canto em cor do anu-preto
canto incolor
desta minha ave-símbolo
- ave símbolo de mim
ou longe de mim! )
Jabiru de papo nu vermelho
( tuiuiú por que tuiuiú? )
Brancas plumas que carregam a alva
e pretas pernas pernaltas que ilustram a noite
nas madeixas negras a cintilar na cabeça da morena Berenice
na Cabeleira da Berenice
( Morena para adjetivar a mulher e tecer jargão na geologia
na terra e na água que engrossa o mato
onde o mato é Mato Grosso
na voz grossa do homem telúrico
- de voz grossa e coração puro como as águas livres
as águas eremitas que correm longe dos homens
- dos homens sem inteligência poética
sem Manuel Bandeira
ou Manoel de Barros

Tu, tuiuiú, saiba; aliás, não saberás que :
o ornitólogo te olha
o poeta te ama
o zoólogo estuda-te e se esquece enquanto animal ( "animalia!")
o taxionomista te classifica
o filósofo te pensa
põe a "tese" do ser em ti
faz-te ontologia
o latinista te viu
porquanto há talhado em conceito o nome "jabiru"
que pode ser provado num latim
não sei se pós-Roma
ou de que macarrão italiano
se pagão ou cristão
mas há que há um jaburu descrito no latim
que viajou mundo com suas legiões romanas em sintaxe
sempre a guerrear e espargir as cinzas da semiologia
pelas diversas culturas autóctones
por onde passou a cultura de Roma no latim
que depois levou a Bíblia na vulgata

Tu tuiuiú tuim "jabiru mycteria"
filho de três línguas
dois vernáculos
és ave de longo bico preto
ave que abre a envergadura nas asas dos olhos
que olham a ti tuiuiú
- és um "tu" volante
"jabiru mycteria" de beleza exuberante
conquanto a palavra jaburu diga do feio e desajeitado ser
és uma iluminura tipo as medievais
para os olhos e a mão do artista contemplativo
na beleza do poeta que voa em ti tuiuiú
e cujo vôo abre os olhos para a alva grafada nas penas
e a noite de anum pernalta nas pernas
que plantam a raiz quádrupla em terra
e na água que move os motores da vida
por dentro e por fora das aves
que então voam e navegam naves
( Aves são naves suaves
e naves são : "ave Suástica!"
- um tipo de cumprimento febricitante
para soldados em guerra )

Ui! tuiuiú
tu que és o tu
o tu meu
- o meu "alter ego" ou eu nas águas
com asas e rêmiges
sobre as águas em que nado imagino que nadas também
( não sei se nada o jaburu
pois sei de raso o jabiru
apenas que em corpo e penas é tuiuiú
- tuiuiú que dá o tom do tu discursivo
e faz ouvir a toada das águas
quando há toada das águas em torrente quente espumante
soantes sonantes e consoantes
ou o silêncio de selênio dos pauis
- do paul da garça
e assustadiça saracura do brejo
que se sacode magra
e com as penas longas e finas
a pisotear e molhar brejo
nas almas do caboclos )

Tu que és o tu do tuiuiú
és a vida em água e terra em mim e ti
- tu e eu tuiuiú somos
voamos amamos e vivemos
por mim e por ti
através da ponte interativa do tu e do eu
no tu do tuiuiú e eu meu
que ego sou ou ego carrego
como um corcunda de Notre-Dame às costas
( o ego pesa e essa gravidade faz a corcova
que não é a do dromedário
nem tampouco do indivíduo em idade provecta
- o macróbio ou Ancião dos Dias )
És enfim todos os tu fora da geometria que desenha o tuiuiú
em outro ser de terra e água
outro ego em Adão contra o qual faço guerra por terra e água
e em Eva que amo para tirar terra e água do ventre dela
na girândola dos demônios Íncubos e Súcubos
que amam e batalham nos homens
sempre plantados na terra da guerra declarada a Adão
pelo amor devotado à Eva
e mormente a Lilith
senhora dos desejos carnais
- senhora dos carnavais
desde antiguidade pagã
arfar com afã
no interlúdio sexual
único interlúdio prazeroso da vida
que se torna doloroso
ao nascer o rebento
que sempre é Cristo
e sempre será crucificado
pela via "crucis" que a vida põe até na mais humilde crucífera
que tange o chão
beijando o rés-do-chão
a fonte da erva daninha ou bonina
verdura ou fruta ao rás do chão
melancia sem correspondente enzima no corpo humano
mas eivada ou grávida de melanina
( ou o nome não foi posto "em tese" pela melanina
substância spinozista que dá a cor à polpa da melancia
fruta fresca esparramada languidamente pelo chão do sertão
tão procurado pelo luar dos poetas?! )

Tuiuiú, tuiuiú
tu és água
e desta água farei meu poema!
Tu, tuiuiú, és água
e sobre esta água erguerei uma poesia aquática!
uma ave pernalta e um paul por baixo do vôo
pois água é alma
alma é vida
que se bifurca no latim cristão e pagão
em alma do outro mundo
e alma presente neste mundo
- que é a água
a alma presente no mundo atual
no mundo que atua junto ao homem então vivo
então transbordante de água
por dentro e por fora
no suor e no sangue!
... e o tuiuiú que voa
voa em água benta
pela igreja da natureza
- é a água que o faz voar
e me faz viver
- é a alma do latim que anima
"anima" muito o animal
que pode ser inseto no latim
Amém

AMAZONA EM NOVO APOCALIPSE DA VULGATA (wikcionario wik dicionario )

O Apocalipse vem a cavalo /
o Apocalipse está nas patas do meu cavalo /
trotando ou marchando /
- marchador marcando o passo /
no Manga larga Marchador /
( O Apocalipse refoge aos alfarrábios
velhos escritos no pó
com o dedo desenhando signos e símbolos no pó sulcado
- desenhos em arabescos /
que não são da língua árabe /
mas do hebraico-aramaico /
que passa ao grego pela Septuaginta /
e só vem parar em voz em latim /
quando a Vulgata fala /
canta e escreve a revelação do profeta morto /
há temos coberto de pó /
- profeta em pó /
empós tantas alvoradas belas /
que me evoca o poeta Mário Quintana /
já caveira e ossos para bandeira de pirata /
para Manuel Bandeira também em caveira e ossos /
para flibusteiros e bucaneiros /
hastearem em bandeira negra com o símbolo da morte à vista /
( terra de morte à vista!) /
e corsários de Byron /
romântico bardo inglês /
outrossim em caveira e ossos /
a evocar bandeira de piratas do Caribe ) /

Elia! Cavaleiro Negro do Apocalipse! /
Vem cavaleiro negro do Apocalipse! /
( O Apocalipse é velho como o tempo do homem /
a sobrevivência do macróbio /
do Ancião dos Dias /
do varão vigoroso e virtuoso que sobreviveu ao ímpio /
para regozijo dos justos /
- tempo eterno de longânimo em solidão e solidéu /
se não vir a amazona /
da qual segue o rastro /
porquanto ela está montada no corcel vermelho do Apocalipse /
rumo a uma fonte rumorejante /
onde o profeta espera-a viva /
em carne viva e sensual! /
para a perpetuação dos dias /
que se seguirão a todos os Apocalipses /
até o Apocalipse final /
- o momento escatológico do homem e da terra /
enquanto planeta que morrerá /
enquanto Gaia, a deusa mãe /
que nos mantém em tríduo ventres : /
no ventre escuro de antes do feto /
e no ventre escuro da madre /
e por fim no ventre negro de Gaia /
sob terra ou no pó que fica do corpo /
buscando tempo para arcanjo ou serafim ) /

Sobre o corcel negro, o Apocalipse cavalga /
- o Apocalipse é um cavalo /
com um cavaleiro negro à galope /
um intrépido cavaleiro negro do Apocalipse! /
centauro solto pelos moinhos de vento! /
- centauro soprado pelos arcanjos nos moinhos de vento /
- moinhos de vento de Van Gogh! /

Sobre quatro patas /
quatro cavaleiros /
avançam montados sobre quatro cavalos /
- cavalos com ventas no vento /
crinas eriçadas do manga larga marchador /
em cores letais no cavalo amarelo /
- amarelo cavaleiro a cavalgar distâncias de peste /
espargidas nos quatro ventos /
nas quatro rosas do vento /
espalhando miasmas com palha no ar /
- ar mefítico de paul sem vida /
sem saracura do brejo /
peixes ou jacaré /
ou quero-quero a passar e gritar /
tocando pela brisa sua corda no violino /
numa espécie de tatibitate que ouvimos como se fora : "quero-quero!" /
mas que é qualquer som /
sem qualquer querer ou voz em onomatopéia para ave /

Quatro cavalos /
quatro cavaleiros /
tamborilando o solo /
- Quatro céleres cavaleiros! /
No entanto, nenhuma amazona!... /

Quatro cavaleiros do Apocalipse /
tamborilam tamborilam tamborilam /
fazem do solo escabelo para tambor /
tambor solista /
sob as quatro patas a tamborilar solista no solo /
solidificado sob os quatro cavaleiros do Apocalipse a tamborilar /
tamborilar tamborilar tamborilar... /
com as patas de seus cavalos /

São quatro os cavaleiros /
o Apocalipse sopra quatro cavaleiros ao vento /
- mas nenhuma amazona!.../
( por quê nenhuma amazona
é partícipe do Apocalipse?!...) /

Quatro cavaleiros do Apocalipse /
e nenhuma amazona! /
Nenhuma amazona para deixar seu rasto /
o rasto dela /
ou meu rasto nela /
no corpo dela /
no corpo da mulher! /
- Meu rastro em geoglíficos genes /
escrito ou riscado no corpo dela /
corpo de amazona /
pois também sou cavaleiro /
- cavaleiro branco do Apocalipse /
ou às vezes cavaleiro negro /
escuro no escuro /
obediente à vocação do tempo /
que chama também uma amazona /
para encetar outro Apocalipse /
que o profeta não percebera /
ou não estava legível no tempo da revelação /